PÉ DE GALINHA NÃO MATA PINTO
Todos sabem,
e não precisa ser Psicólogo, que crianças estão sempre testando os pais, e que
estes precisam mostrar os limites. Só assim a criança aprende que o direito
dela acaba onde começa o do outro. Esta é uma lei fundamental para o convívio
em sociedade.
Não trato
aqui dos casos de agressão à criança: isto deve ser tratado como crime.
Entretanto, querer impedir, por força de lei, que os pais se utilizem de uma
boa palmada para educar seus filhos, parece-me um tanto absurdo. Talvez poucas
crianças tenham apanhado tanto quanto eu, mas graças à sabedoria de meus pais,
que se utilizaram das palmadas nas horas certas, considero-me uma pessoa de
valores, os quais repassei para meus filhos. E não tenho trauma quanto às
palmadas.
Quem
educa de verdade sabe que a palmada é a última opção, mas, às vezes,
estritamente necessária. Sem a noção de limites, que valores essas crianças
irão aprender? Certamente alguns se tornarão cidadãos honestos, íntegros,
éticos, mas a maioria não terá a mesma sorte. Muitos trilharão o caminho da
marginalidade propriamente dita, outros poderão se tornar profissionais bem
sucedidos, mas sem valores éticos, outros serão deputados ou senadores.
Se já estamos
criando marginais cada vez mais jovens, em função da negligência de muitos
pais, agora até os pais responsáveis serão obrigados a fabricar os seus
próprios monstrinhos. Ao invés de criarem uma lei para proteger as crianças de
pais que não educam, criaram uma para que os pais não eduquem mesmo. Como
“nunca antes na história desse país”, os bandidos do futuro estão protegidos
por lei.
Quando pensamos
que a imbecilidade dos nossos representantes para por aí, eles tratam de
cometer outro absurdo. A nova lei foi apelidada pela corja como “Lei Bernardo”,
em referência à criança que foi assassinada no RS, num crime que, com toda
razão, comoveu o País. Onde está o absurdo? Simples. Existe uma grande
diferença entre uma palmada corretiva (que não deixa de ser um castigo físico,
onde a criança sofre dor) e um assassinato a sangue frio.
Colocar o
nome de um inocente numa lei que facilita a criação de pequenos marginais,
chega a ser até um desrespeito com o próprio Bernardo. Se é por facilitar a
criação de marginais, porque então não chamar a nova lei de “Lei PT”?
Uma coisa
é certa: quanto à educação dos nossos jovens, nenhum desses nossos
representantes tem envergadura moral para nos dizer o que é correto.
No mais,
como diz minha mãe, pé de galinha não mata pinto.